Inverno.



Me sento á mesa,
me exigem palavras,
mas não posso dá-las,
se não saem de mim.
Sempre que o inverno chega,
chega também meus delírios,
saio nas ruas á procurar,
minha busca insensata, contínua, perpétua...
Eu me aventuro pelas ruelas estreitas da minha vida,
eu não me canso...de procurar.
E assim o inverno passa
e me repreendo nas outras estações
porque buscar no inverno,
porque não agora?
Mas de frente ao espelho eu/você me responde:
é só quando o vento te toca que acende o calor,
é só quando o frio respira,
que você insiste,
que há algo pra fazer,
algo que espera 
pois em um inverno desses a busca terminará,
e eu/você deleitará nos braços do ser amado.
Não será neste nem no outro 
inverno mas naquele que você menos esperar
acabará o frio, o frio da sua alma.
Me sento á mesa,
me exigem palavras,
meus pensamentos voam em direção á busca,
não quero dá-las,
não é justo exigi-las
me levanto da mesa, 
nessa manhã o inverno começa
e minha procura 
não cessa...

Sara.

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