Ilusão.

Abdiquei de amar,
decidi ter uma vida
onde não há espaço para amar um outro alguém.
No entanto, hoje estive triste, pois a verdade vem se por
sobre meu rosto e não pude negá-la.
Aqui dentro de mim,
se esconde a pior ou a melhor das minhas vontades,
a vontade  de ser amada e de amar um outro alguém.
A verdade que está estampada em minha face,
e que não ouso dizer em voz alta,
é essa vontade que me faz viver.
Anseio todos os dias por encontrar o amor,
o procuro desesperadamente nas ruas,
nas esquinas, nas árvores, no ônibus, enfim, em tudo que me cerca.
Eu procuro o amor em cada pessoa que passa por mim na rua,
em cada ser que senta ao meu lado, na biblioteca encaro todos os rostos, que afundados nos livros, não notam que estão sendo observados.
Procurar é minha sina.
Hoje estive triste, pois me ocorreu um breve pensamento
que me assustou e me esclareceu.
Amor, o Amor, meu Amor, não o acharei, não devo, não quero (quero?),
não posso encontrá-lo, não vou achá-lo jamais.
Escolhi um caminho, do qual não devo me desviar.
Me iludo o tempo todo por acreditar nessa vontade que me cega.
Talvez esse amor que almejo não exista, e só posso encontrá-lo nos livros que leio.
Talvez o abraço que me reconforta, seja uma ilusão causada
por um coração que mais almeja do que enxerga.

Sara.

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