A Sombra.

Olhe meu rosto,
olhe dentro dos meus olhos.
Me diga o que você vê?
E eu te responderei o que vejo nos seus.
Dois poços de escuridão,
de vasta imensidão e de profundezas imensuráveis.
Quando olho para o seu rosto,
enxergo uma criança,
de olhar perdido.
Suas palavras não deixam escapar
palavra alguma que traía seus segredos,
mas eu percebo, há algo que você esconde,
algo que te machuca e que a todo instante
você quer que alguém perceba.
Mas você mesma não se traí, hora nenhuma.
Admiro sua enorme capacidade de lidar consigo mesma,
você desvia-os dos seus caminhos questionando-os, indagando-os como Sócrates.
Enquanto seu silêncio deixa escapar um mar de palavras,
que me faz querer mergulhar no seu mar de segredos,
e desvendar seu olhar confuso que desprendido,
olha para tudo e todos sem fixar em absolutamente  nada.
É sufocante estar ao seu lado, seu olhar confuso faz as pessoas te amarem,
acredito que você não saiba disso.
Ás vezes sua frieza me desespera, mas procuro te compreender em meu silêncio.
Me vejo novamente presa a sentimentos que me fazem querer te proteger,
de uma maneira silenciosa quero ser o alguém que sempre estará ao seu lado sem você notar.
Talvez você não seja o mistério que traço em meus versos, que me importa?
Estar ao seu lado já me basta.




Sara.

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