A Queda.

Por que as palavras fugiram de mim?
O infortúnio que eu sou as afugentou.
A queda se iniciou.
De forma tão inesperada eu caí.
Veio sobre mim tudo aquilo que eu temia.
Neste exato momento eu estou caindo,
sinto  meus pedaços sendo deixados para trás
a cada passo que dou.
Tudo desmorona, a começar pelo interior
seguindo para minha superfície.
Um pequeno ensaio para o apocalipse,
eu diria.
Dramática, você deve estar pensando.
O que me importa?
Sou eu quem está caindo.
Me parece irreversível,
pois não consigo me  refazer.
O medo líquido propiciou minha queda.
Infiltrando-se por minhas paredes,
afrouxando minhas vigas.
Sem perceber eu caí e ainda estou caindo,
dia a dia, hora a hora sem perceber.
A minha frente vejo tudo que passei
e essas recordações me dilaceram.
O medo me inundou.
Ao fim da queda dois resultados são possíveis:
o desequilíbrio,
a loucura.
Não me questione,
já não consigo deter minhas lágrimas.
Meu rosto está molhado enquanto caio.

Sara.


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