Meu Rosto em minhas Mãos.

Escondendo meu rosto
em minhas mãos.
Cobrindo meu corpo com água do chuveiro,
que leva para o ralo tudo que sinto.
Um abraço solitário
para afastar meus medos.
Milhares de pensamentos jorram da minha cabeça,
à procura de palavras que confortam,
eles fogem de mim.
Eu também procuro minhas respostas,
mas também me questiono por quê as busco.
Anseio pelo fim, mas não desvendei o princípio.
Quanto mais mergulho em mim,
mais descubro o que eu não sou.
Quem eu sou vem primeiro do que ser ou não ser?
Expulso palavras de mim para que com elas
eu possa formar textos que deem sentido à minha vida.
Acho que não estou alcançando meus sonhos.
Sinto-me presa do meu passado.
Sinto-me perseguida pelas perguntas não respondidas
que formam quem eu estou hoje.
Há em mim um labirinto de caminhos escuros que reservam surpresas
a cada curva que me aproximo.
Escondi meu rosto em minhas mãos para sufocar algo,
que ainda não descobri o que é.
Venho resistindo à realidade,
que por algum motivo está lutando para me ter em suas mãos.
Venho resistindo às minhas fantasias,
que por algum motivo me querem ter sob suas asas.
Venho resistindo sem saber o por quê.
Sinto-me sufocada pelos meus sonhos que não querem esperar por mim.
Sinto-me presa do tempo, como o resto da humanidade,
que anseia por possuí-lo sem perceber
que ele nos possui, nos domina
e faz de nós seus eternos prisioneiros alienados.
Ainda essa manhã desejei sumir,
mas às horas passaram  eu continuava aqui sentada
escondendo meu rosto em minhas mãos.

Sara.


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