Novelos.

Aquela sensação boa: vontade de escrever.

Todo sentimento é como um novelo.
Cada palavra ligada à outra formam uma linha.
Ao puxar uma palavra, virá outra, outra e outra,
até que se puxa a linha por completo
desmanchando o novelo
chegando-se ao sentimento.
Há palavras que formam um novelo escuro,
de uma linha grossa.
E ao final do novelo encontra-se a dor.
Dor latente, que desata à doer.
Por si só se sustenta o novelo.
Ao escrever pode-se alcançá-lo,
tateá-lo e desmanchar a dor.
Há novelos de cores claras,
tão alvas que te instigam a puxar palavra por palavra
e ao mesmo tempo, admirar a linha, a cor, a textura.
A linha pode ser fina ou grossa, mas não deixa de ser linha,
de ser sentimento.
Ao final, você se arrepende.
Afinal o mistério que permeia certos novelos
é bem mais interessante do que o centro puro de sentimento deles.
Há novelos que não aparentam nada.
Você puxa uma palavra, não te diz nada.
Você puxa outra e outra, até chegar ao final do novelo
e se surpreender com o sentimento tão bem
escondido, precisando ser achado, dentro dele.
Todas as pessoas possuem novelos,
um monte deles,
de todos os tipos, formas, tamanhos, texturas...
Às vezes, sinto-me como um gato,
pois brinco com meus novelos.
De uma maneira sem igual,
somente nós sabemos o tamanho dos novelos que temos.

Sara.

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