Sonho Meu...

Noite passada, eu estive em um sonho.
Parecia um sonho comum, desses que temos todos os dias.
Eu caminhava por uma rua deserta,
pisava em uma calçada cercada por grandes árvores.
Árvores escuras que sombreavam cada passo meu.
Em um dado momento, olhei para minhas mãos
e não as reconheci.
Não pareciam as minhas mãos de maneira alguma.
Há alguns metros à minha frente havia uma poça de água,
ao me aproximar a sombra das árvores não me permitiram ver
meu rosto.
Era uma tarde estranha e quase escura.
Não havia vento, nem pessoas na rua.
Somente eu caminhava lentamente.
Eu me lembro de uma casa escura
pela qual passei em frente.
Senti medo, apressei o passo ao passar por ela.
A cor verde das folhas das árvores era forte
e o tronco delas era negro.
Quando acordei me pareceu um longo sono,
mas o tempo nos sonhos é  enganoso
tal qual quando estamos acordados.
Não foi um sonho incomum,
mas ao acordar senti alívio
por não ter continuado a caminhar.
Na rua não havia curvas
e por isso eu não via fim.
Era como se não houvesse outra rota a seguir,
a minha única escolha era seguir adiante.
Eu jamais olhei para trás,
pois talvez a cada passo que eu dava
a escuridão engolia os passos anteriores.
É bastante improvável que o sonho se repita,
mas o primeiro pensamento que tive ao acordar
foi que eu não havia sonhado.

Sara.














Imagem: Ivanielizarov.

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