O caminhar da Morte sobre um Campo de Flores.

Sob a sombra de uma árvore despedacei uma flor.
Saindo à caminhar outras flores encontrei pelo caminho.
E como à outra, à estas também despedacei e
como se não bastasse o meu sofrer, mais flores surgiam pelo meu caminho.
Eu chorava, pois o cheiro delas estava me matando,
mas elas eram apenas flores...
O sol escondia-se atrás das nuvens e o meu caminho
de sombras se preenchia.
Quanto mais eu andava mais flores surgiam
mais dor eu sentia, mais flores eu destruía.
Até o cair da noite, meus passos diminuíam,
pois eu já não suportava a dor pelo sentir.
Não notava eu que quanto mais flores eu destruía
mais o cheiro impregnava minhas mãos.
Eu sofria, mas queria aquele sofrimento,
pois eu já havia me apoderado dele
e ele de mim.
Sem mais impedimentos eu procurei aquele campo,
eu me deitei sobre as flores que me afligiam,
eu as procurei e as encontrei para que elas
pudessem me destruir de mim.
Sorte daquele que não me encontrasse,
pois veria refletido em meu rosto
o desgosto do viver e morrer sobre as flores.

Sara.

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