As Dunas do tempo.

Nas arestas do tempo, as areias produzem dunas.
Dunas que são nossos momentos vividos,
algumas são firmes e perduram
outras passam um vento e elas se desmancham,
outras são miragens, nem existem, nem existiram
mas nos influenciam.
São nestas arestas que se cruzam diferentes momentos,
diferentes vidas, dunas, pessoas.
Não podemos afirmar que as dunas não se alteram,
não mudam de forma, de conteúdo, não mudam a direção do vento.
Cada corrente de ar é guiada para uma duna,
que pode barrá-la ou não, que espalha-se ou não,
mas quem saberá quantas dunas formam uma vida,
quantas vidas formam uma pessoa,
quanto vento é necessário para mudá-las.
Nessa aresta, pode ser noite, pode ser dia,
nunca se sabe quando haverá uma intersecção entre duas faces, vidas, pessoas,
dunas...
Enfim, "tudo o que sei é que nada sei"
disse o filósofo Sócrates.
Talvez não saibamos mesmo quantos cruzamentos são necessários
para findar uma vida, duna, pessoa...
E assim, o deserto do tempo muda de forma, sempre.


Sara.

Imagem retirada da internet.

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