Aquele que deve ser nomeado.

Sutil.
Ele avança sem que ninguém perceba.
Dá voltas, busca algo,
Penetra onde ninguém espera.
Nem sempre é silencioso,
Algumas vezes de tão estrondoso
Parece tempestade.
Diz-se que não tem explicação,
Nem autor, nem escapatória.
Nada previne, nada cura, não existe tratamento.
Parece ter vida própria, apodera-se de pessoas,
Domina, subjuga, atormenta, ilude.
Não se pode classificar em bom ou ruim,
É ingenuidade demais fazer uma dicotomia
De algo tão multifacetado.
Dizem que ele escolhe suas vítimas,
Mas como?
Ninguém sabe.
Não é palpável, nem comestível,
Não é gelatinoso, nem indolor,
Tem tantas formas que não caberiam
No espaço de linhas que me resta.
Enfim só, terrivelmente presente,
Atordoante, admirável, transformador,
Transforma-a-dor
em amor.

Sara.



Imagem retirada da Internet.

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