Versos que saltitam.

Certos feitos marcantes
impregnam.
Certa vida maçante
termina.
Cada coisa adiante
vacila
diante da escolha.

Certa noite uma certa mulher sábia
decidiu que buscaria no mundo
motivos para morrer.
Um dado dia uma moça
desistiu do casamento,
pois se apaixonou pelo trabalho.
Certa manhã um homem beijou outro homem
já que era o último desejo do moribundo.
Uma certa tarde uma menina decidiu ir a escola sozinha daquele dia em diante,
só assim os pais não a esqueceriam mais.
Certo dia um rapaz tentou atirar-se pela janela da casa
já que sua diva havia morrido
a vida havia perdido o sentido.
Em uma noite comum, uma menina comum escrevia em seu caderno,
enquanto o garoto ao seu lado escrevia o capítulo 15 do seu livro pelo celular.

Certas costuras só harmonizam se os retalhos forem semelhantes.
A cortina que levanta é a mesma que fecha o espetáculo.
Se a folha dobra com a força da água
que dirá com a força do vento.
A noite que chega inspira,
mas também desorienta.
Aqueles versos literais sobre a vida
intimidam quem pode viver.
Ainda assim, há certas noites em que estranhos escrevem
sobre palavras que saltitam
em páginas em branco da vida.

Sara.

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