Grito Ecoado

Diga me com quem tu andas
que te direi quem és.

Não se culpe pela ausência,
mas se responsabilize
a sua falta levou a outra ausência
como abismos que se somam
formando distâncias maiores.

Só restou um buraco
um buraco negro
que vaga pelo espaço a minha volta
sugando tudo
levando para o vazio
crescendo com a energia
de cada matéria tragada.

suportando o vazio
sigo levando sua ausência
que jamais poderá ser preenchida.

Diga me onde tu andas
que te seguirei com meus pés.

Jornada ampliada
acrescida de sombras
que se fortalecem com a ausência,
um caminho construído pela falta de nós.

Nesses elos se formam relações,
ligamentos que se encadeiam formando uma rede
de ausências e pontos de mudança,
mas ao longo do trajeto
certos vazios
são longos e doídos.

Diga me como tu andas
e saberei o que te forma
o que te preenche
o que te faz crescer
como um buraco
que se nutrido
se renova na caminhada.


Um grito ecoado
de lugares distantes
ressoa no céu noturno.


Sara.
em homenagem a Pietra,
pela sua partida.

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