Vontade em Setembro.

Era como um verso pulsante
que fugia do meu controle
era um espinho
brotava sem eu perceber
e me tomava.

Me fazia reviver tudo contra o qual eu lutava
para viver
Era como uma grande onda
que me deixava sem ar.
Inundada, eu já não respirava
por vezes engasgava com meu soluço.
Com o rosto encharcado
eu sentia pena de mim.
Depois de alguns instantes
a respiração voltava ao normal
e eu me perguntava
como cheguei naquela situação.
Eu sabia que a vontade retornaria
Era como um animal que se escondia na água.

Submersa ela me provocava
ânsia, angústia.
Submersa, ela me tirava
da calmaria e me fazia perder o apetite.
Seu eu lutava para conter as águas
ela brotava para desfazer a represa
e o que sobrava de mim
resistia apesar das suas investidas.

Meu meio sorriso de canto
já não se fazia
pois não havia sentido em sorrir para o vazio.
Até que fiz um corte
e os dias se passaram
e como uma ferida que coagula,
se fecha e sara
eu me fechei.
Ainda me pergunto se ela retornará
Mas eu no entanto,
vivo um dia de cada vez
sempre a recomeçar.

Sara.
Em virtude do setembro amarelo, mês de prevenção e combate ao suicídio.
Desenho por 230894


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