Exceto quando durmo.


Vem em mim um certo receio de viver,
Uma vontade de encerrar-me em caixa e desfalecer.
Quem é você?
Porque você se importa?
Enclausurado em meu sofrimento
Eu descubro minha raiva pela minha existência.
Eu me sacudo a procura de respostas
De porquês.
Eu cresci rodeada das minhas fantasias para me proteger do mundo.
Agora meu mundo surreal se volta contra mim
A fim de me aprisionar em mim.
Eu sou meu único carrasco.
Destilo um fio de ódio a cada respiração,
Mas eu estou em uma caixa fechada e já não tenho oxigênio.
Há anos respiro meu próprio ódio.
Como me tornei meu pior pesadelo?
O que fez de mim um carrasco?
Quem me aprisiona em mim?
Eu me sinto cindindo
Perfurado por razões que desconheço
Maltratado por múltiplos abandonos
Que eu revivo e perpetuo
Quando tornarei o vinho em água?
O que fará minha transfiguração?
Eu preciso me afogar em afagos
Antes que eu apodreça
Com o gás que respiro.

Sara.

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