Poema da Meia Noite.

Ah que mistério sereno
É ficar pelos cantos rabiscando o futuro.
Eu já quis entender o mundo
Hoje prefiro entender por que as categorias que eu uso
Não o explicam.
“Ah o tempo passa e eu penso demais”
Eu sei o que eu sou
Já me descrevo bem
Tenho um grande vocabulário
Quem dera eu fosse seco
E pudesse colocar a secura no meu coração
A gentileza sempre me trai
E permaneço refém das regras.
Eu já quis inverter o mundo
Pra deixar de ser profundo
Tenho sentimentos intensos
São úteis, mas
Não cabem nas pessoas.
Eu sou de um lugar distante
Desses que não se encontra em mapas.
Venho de um lugar comum
Reservado para pessoas que sobrevivem.
Já não me enxergo tão diferente
Reconheço a diversidade no mundo,
Mas percebo mais coisas que nos igualam
do que as que nos diferencia.
Tenho vivido uma solidão secreta,
Mas notei que ela é conjunta
E que no fundo
As linhas que regem as pessoas
Não suportam o emaranhado
Que fazemos delas.

Sara.
*Música Hotel, Banda Sabonetes.

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