Em uma Noite fria...

Nada é para mim é tudo sobre os outros.
Uma ausência
Eu tenho uma vala profunda no peito
Que preencho com tudo,
Mas que nunca se fecha.
Eu tenho uma vala no peito.
Nenhum mérito, nenhum sonho
Nenhuma conquista preenche o vazio da minha alma.
Duas ausências
Silenciosamente traçadas
Abruptamente feitas.
Minha vala tem nomes
A quem eu devo respeito.
Os anos avançam com o vento
E a vala resiste ao tempo.
O que será de mim?
Porque tantos laços me prendem e fazem de mim
Um emaranhado de gente.
Vagas ilusões fingem que eu me desfiz
Mas logo a dúvida e o medo avançam juntos
Para me deter.
Escrever regenera a minha alma
Acalma os demônios que me habitam.
Existe um cais no meu porto, mas ninguém chega lá.

Sara.















Imagem: Anoitecer em Niquelândia, Goiás-Brasil.

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