Manhã.

Estou como uma manhã sem sol.
Uma manhã em que o céu noticia que estará fechado,
ao menos por hoje.
Um vento gelado insiste em tocar o rosto das pessoas
que se escondem, pois o toque gelado
lembram-nas de que há dias em que o sol simplesmente
não aparece.
Casais andam pelas ruas mais juntos do que nunca.
E ao encontrar-se com um desconhecido, todos nós,
dizemos ou escutamos a mesma frase: Como hoje está frio!
A maioria das pessoas abraçam-se de forma calorosa.
As crianças logo tiram seus casacos, pois correr esquenta o corpo delas.
Lá para o meio da manhã,
uma faixa de sol desponta nas nuvens
e é perseguida por cada alma que perambula pelas ruas.
Em uma sociedade cada vez mais desgarrada,
manhãs geladas servem para aproximar pessoas.
Nem que seja apenas para falar do tempo.
Nesta oposição é que vivemos a vida,
em dias frios busca-se o calor,
em dias quentes busca-se o frio.
Em vários aspectos da vida,
vivemos esperando o oposto e na maioria
das vezes ele nos convém.
Admirar uma manhã gelada
não deve ser um evento excepcional.
Assim como os seres humanos,
cada manhã é única.
No silêncio dessa manhã,
eu escuto o vento que insiste em me dizer
palavras reconfortantes.

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