Fixidez

Transitando pela rua,
Procuro minha sombra.
Sem jamais saber
Que eu sou o corpo de um fantasma.
Olho para a lua, mas não encontro descanso
Pois estou nadando muito raso
A água fria que me toca
Não gela minha alma
Mas faz querer entregar meu ser ao mundo.
Meus pensamentos jorram de mim
De uma forma que não consigo conter.
Caberá em mim do tamanho do mundo
Um ser tão profundo
Que não merece viver?
Pressuposições me atropelam
Esquecendo quem sou
Admito querer ruir
Mas não sabendo onde estou
Permanecer é o que me resta.
Assopra de mim
Todas as dores que sinto por existir.
Cabe no meu mundinho de palavras todas as coisas que pinto?
Todas as lembranças que amasso
Todos os sentimentos dos quais fujo.
Se o frio que sinto no fundo
Servisse para esfriar o mundo
Grande sorte eu teria
de me desfazer
Das minhas covardias.
A falta gera delírios sobre a humanidade.


Sara.

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