Ventura.

Da simbiose dos nossos pensamentos
daquilo que trago com o vento.
Dos restos de nós
eu me alimento.

Ininterruptamente
eu sinto
e de tanto sentir
eu canso
e então procuro dormir
minha cama é forrada por meus sonhos
e meus sonhos são feitos
da minha realidade.
Há noites em que simplesmente
eu não adormeço
pairo sobre a cama
como poeira levantada em agosto
sinto um corpo que se detém sobre
a cama
e uma alma que vagueia na escuridão.

Já me embriaguei de muitas ilusões,
mas absinto é amargo
e como tudo
me acostumei com o gosto.
Talvez esse seja o perigo,
desejar algo mais entorpecente
a fim de me embebedar de novo.

Eu já conheço o caminho,
então por que continuar seguindo?
Sabe-se lá o que posso encontrar se desviar da trilha,
mas a curiosidade me consome
e reparo nos detalhes
que me cercam.
Eu posso até sobreviver de sobras,
mas a fome de viver é grande
e me faz sair da trilha.

Sara.















Van Gogh- Campo de Trigo com Corvos.

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