A partir.
O adeus veio decifrável.
Veio nos poemas que eu não lia
No beijo que eu pedia,
Nas lágrimas que eu contia,
No desconforto sufocável,
Nas renúncias cotidianas,
No abraço rápido e ansioso.
Veio indisfarçável.
E quando chegou desabou sobre mim como um abraço não solicitado.
Foi uma janela que esqueci aberta e o frio da madrugada entrou.
Foi uma panela queimada no fogo do amor
Foi silêncio gritante no meio de nós dois.
O adeus chegou e trouxe com ele o inverno do amor.
Nele eu me aconcheguei em mim e disse: enfim, você chegou.
Sara.
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