A Casa, a Rosa, há Vida.



Há uma casa ao longe,
que costumo chamar de lar.
Escondo muitas coisas em suas paredes.
No jardim plantei, mas algumas plantas não vingaram...
Não desisti, insisti para que algo nascesse ali,
mas nada vingou
e de novo me frustrei.
Sempre achei que a culpa fosse minha,
uma incompetência, mas sou demasiado desatento.
Havia algo não cultivado, que crescia sem que eu notasse.
Sorri, à primeira vez que a vi.
Linda roseira branca,
que um certo dia floresceu...
Esta casa ao longe, me traz paz,
me faz sentir completude.
Certo dia, eu quis partir.
Não que a casa estivesse ruim, mas depois de um tempo
juntando coisas nas paredes, comecei a me sentir incapaz.
Incapaz de ser o alicerce dessa casa,
de sustentar minhas lembranças,
de cultivar minha roseira.
Não fui muito longe,
a culpa era minha, eu construí a casa.
Decidi voltar, esvaziar as paredes,
nesta casa eu não me sentia só.
E isso me bastava,
nesta casa havia vida,
e vida esta casa cultivava.

Sara.
A casa da Dohra, como eu imagino
Retirado de bela001.wordpress.com

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