A Luta.

Ah! Se eu pudesse gritar!
Se de dentro de mim
eu pudesse arrancar o que
me prende.
Se eu quebrasse minhas barreiras.
Se eu me tornasse inteira.
O que você diria de mim?
Ah! Se tudo o que me compõe fosse desfeito, refeito
Traduzido para o mundo.
Você acreditaria em mim?
Na minha existência?
Como cuidar, se eu,
logo eu que nem sempre fui cuidada.
Devo respeitar, descentralizar
meu olhar de mim.
O outro também sou eu.
Eu e o outro somos o mundo inteiro.
Segura a minha mão, um instante?
Pra você sentir
o que eu sinto.
Você veio aqui
"Para conversar comigo ou para me humilhar"
Desculpe, eu não sei o seu nome.
Quantos nomes eu não sei?
Estou transbordando de mim,
de você, de nós.
só vou deixar esses pensamentos livres
por alguns instantes,
não mais que isso.
Me desculpe, traduzir cansa.


Sara.
*Após uma visita ao Hospital São Vicente de Paula (Brasília, Brasil), que ainda mantêm o modelo de manicômio, em que os pacientes estão em situação de sofrimento extremo que é agravada pelo ambiente daquele Hospital.

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