Águas correntes...

Eu não permito,
não permito que você escape pelos meus dedos.
Não permito que você parta,
não permito que você chore.
Eu não quero.
Eu não quero ter que te olhar pela última vez.
Eu não quero ver o que o tempo desfez,
sem a minha permissão.
Eu não insisto,
não insisto em te segurar em meu abraço.
Não insisto em te tomar pelo braço
e te fazer seguir meus passos,
mas eu desisto.
Desisto de não permitir a sua ida.
Desisto de adiar a despedida.
Desisto de te sufocar em laços.
Desisto de te prender em meus versos,
de te conter em minha memória,
de desejar traçar uma história
em que está claro não haver continuação.
Eu me permito,
deixar ir
as palavras que guardei pra ti.
Como um rio que precisa correr,
como as águas que precisam seguir,
águas que jorram de uma alma,
minha alma.

Sara.

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