No Tempo.

Ah tempo! Dama a qual chamamos vida. Porque leva o rosto das pessoas que um dia amamos?
Ah tempo! Figura imaterial que leva embora os momentos, aquilo que vivemos e que não podemos resgatar, pois cada momento mesmo sendo a memória de outro é um novo momento.
Ah figura simplória! Que de tão grande abarca tudo o que nos rodeia e o que sobra somos nós mesmos.
Imersos sempre imersos no tempo.
Não somos atemporais, vez ou outra esbarramos em nossa temporalidade.
Vagos, tão vagos quanto um relógio que conta o tempo.
Nos iludimos acerca do controle do tempo.
Percepção do tempo é a simples maneira de nomearmos como vemos o tempo.
O que é o tempo?
Um indescritível argumento a favor da nossa existência?
Talvez nós o tenhamos criado, o tempo é anterior a nós?
Mas, se ele existe quando eu o percebo, como poderia ser anterior à mim?
Eu e o tempo somos inerentes um ao outro.
O tempo está em mim, assim como eu estou no mundo.
Ele me perpassa e eu o percebo.
Ah tempo! Há tempo para pensar em nós?


Sara.

Imagem retirada da internet.

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