À Margem.

Na margem
ao longe vejo alguém gesticulando.
Penso que pode precisar de ajuda
Então, prontamente me coloco
a disposição,
em vão.

Talvez eu não tenha reconhecido
não era um amigo,
mas apenas um eu meu
perdido.

Vez ou outra me coloco à margem,
pois sei que a beira de algo
não é algo
e isso me basta.

Em disparada
eu senti
quando algo em meu peito
cindiu
Era você se despedaçando
de novo.

De lado eu me encontro novamente,
como sempre estive
antes de me dar conta.
Como pode um outro
fazer você sentir a marginalidade?

Foi na contraposição que me percebi
periférica.
Em comparação à você
eu sou a margem.
Você sempre esteve no centro
até eu perceber que havia uma margem.
Não é uma linha intransponível,
é apenas miragem
projetada pelos ismos que nos cercam
capitalismo, eurocentrismo,
norteamericanismo,
outrocetrismo.

Nunca eu estive no centro
até me colocar lá
ou cá
como preferir.
Se o acaso me fez resistir
à você (s)
é por algum motivo.

Sara.









Campinas, São Paulo.

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