Da Raiva que Sinto do Mundo.

É tanto barulho ao meu redor
que já não consigo discernir
o que sentir.
Eu posso continuar me enganando
e fingindo que não sinto.
Eu gostaria de estar a vontade
para falar,
mas as pessoas não estão preparadas
para que certas coisas sejam ditas.
Eu sempre quero proteger o mundo
do meu furor.
Há muita raiva reprimida em mim.
Imagine-se em uma densa nuvem cinzenta
e perceba que você não consegue toca-la.
Seu corpo a atravessa, mas ela resiste
e não se desfaz.
Saiba que essa nuvem vem de você,
você a produz.
E não consegue para-la
ela te acompanha.
Esse é o sentimento.
Temos levado uma existência simbiótica
Eu a conheço mais do que deveria.
Ela não é inerente a mim,
somos produtos de uma relação.
Acho que o desfecho da minha nuvem
depende de como quero me relacionar com o mundo.
Eu sou um amontoado de sonhos profundos
Fugindo pelos muros
que crio
com a Raiva que sinto do mundo.

Sara.

Comentários

Postagens mais visitadas