Torpor da Meia Noite.

Asco, medo, dor, sofrimento
eu quero o meu esquecimento
aquele que eu tenho direito
aquele que não tem preço
quero refazer esse corpo
mergulhar em um foço
para me fazer acordar
eu to cansada de amar
Sabe aquele aperto no peito
de quando o mundo fica pequeno
e você percebe que precisa parar
Sabe aquele soco no estômago
de quem não sabe onde está
por um momento
eles estão aqui
aqui nesse corpo manchado de dor
nessa alma envelhecida pela dor
nesse semblante de dou conta do mundo
porque por mim ninguém vai dar
todas aquelas tortas lembranças despejadas
no travesseiro
aqueles rostos forrados de medo
me formaram e criaram meu desespero
não é sobre mim que o mundo fala
mas é sobre mim que o mundo cala
quando não quer olhar
É pretensão dizer que sou o resto
e busco em vão me aliviar do medo
me atirando em frias paixões interrompidas
incompletas desgastantes
para preencher meu enorme vazio
eu tenho mania de salvar o mundo
das pessoas
porque em mim não há nada para ser salvo.
Mas há sim água limpa e profunda
que não deve ser mergulhada.

Sara.

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