Retorno.

Há em mim todo o ferimento do mundo
Fechado por pontos
Costurado por anos
Com um relevo que marca o passar do tempo
Vez ou outra eu refaço o ferimento 
Não é intencional
Acontece esporadicamente 
A dor diminui com o tempo
Não o suficiente para sumir
Queira deus que eu não esteja mais aqui
Quando o último ponto cair
E eu tiver que me deparar 
Com tudo o que me feriu
Há ressalvas 
Há espinhos que eu retiro
Há espinhos que eu coloco
Não é masoquismo
É autosabotagem
Não há prazer em se ferir
Há não cuidado e não amor
Eu procuro um bálsamo novo
Pode ser provisório
Mas que traga a paz que me tire da dor.

Retorno ao lugar comum

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